segunda-feira, 17 de maio de 2010

Deu vontade de falar sobre isso...

Já disse, algumas vezes, que o trabalho é uma forma de santificar nosso dia, dando graças a Deus por ele ter-nos dado um serviço, enquanto muitas pessoas não o tem.


No meu trabalho convivo com tantas histórias! Algumas vezes, atendo famílias para discutirmos um pouco sobre o desenvolvimento das crianças.


Percebo que as pessoas têm histórias e mais histórias para contar e vejo também o quanto elas sofrem, quantos conflitos familiares enfrentam e isso, sem dúvida, influencia o comportamento das nossas pequenas crianças.


Família, família... Quão importante sua participação no desenvolvimento de uma criança. Estrutura familiar é tudo. Hoje as pessoas podem não perceber, mas no futuro...


Penso que as famílias não devem ser tradicionais como antigamente, porém não podem ser tão permissivas. Limite é bom sempre. Desde cedo as crianças entendem muito bem o que o adulto fala, é claro que precisamos falar a linguagem deles, mas com firmeza e seriedade.


É uma pena que, apesar de fazermos esse trabalho na escola, quando elas chegam em casa acontecem outras coisas. A criança não pode cair que a mãe corre em desespero ao seu encontro, como se isso fosse o fim do mundo; é claro que se o tombo foi sério e necessário chegar e acolher a criança, porém se não foi é só falar para a criança, “levante-se” e aí sim, depois a mãe dá um abraço, dizendo que está com ela sempre que precisar.


Quando essa criança crescer e se tornar um adulto certamente cairá muitas vezes e não terá uma mãe desesperada ao seu lado a todo instante levantando-o, mas se ele cair, levantar-se e procurar o colo de sua mãe, encontrará, sem dúvida.


Outra coisa que não aguento são as mães que não permitem que a criança cresça, no que se refere à autonomia e ao desenvolvimento, muitas famílias não deixam que as crianças façam coisas, como comer sozinhas, porque segurar uma colher para levar a comida até a boca faz sujeira na casa. De fato faz, mas será que com um pouco de paciência essa criança não aprenderá e aí as famílias terão tempo para sentarem juntas à mesa sem que alguém tenha que dar comida na boca da criança?


Eu recebo crianças que ainda tomam mamadeira, mas que na hora de tomá-la, ficam esperando que eu dê na boca. Como assim? Não conseguem segurar uma mamadeira! Opa, isso muda em um ou dois dias. Converso com a criança sobre a importância de ela segurar seu alimento e ela começa a segurar. Tudo isso faz parte da autonomia necessária para a autoestima das crianças, para que elas saibam que são capazes, pois de fato são.


Só mais uma coisa: caso alguma mãe leia o meu post, quero lhes dizer que não tirem fraldas antes dos dois anos, as crianças precisam de um controle motor, físico e mental para controlar o esfíncter (responsável por controlar o cocô) e uma vez que você tira a fralda, é muito frustrante para a criança perceber que terá que retornar a usá-la, por isso esperem o momento certo, a combinação é ter dois anos, falar formando frases, avisar quando fez cocô na fralda e, aí sim, a criança está pronta.


Bom, essas são dicas para que as crianças cresçam da melhor maneira possível e quando falo em crescimento não é só físico, mas também comportamental.


Eu não sou mãe e sei que na prática muitas coisas podem ser diferentes. Trabalho com crianças pequenas há bastante tempo e vejo isso como uma oportunidade de conhecer melhor os comportamentos infantis.


Alem disso, sempre estudo muito, estou sempre fazendo cursos para entender essa faixa etária (0 a 3 anos).

Mesmo assim, às vezes me pergunto por que fui para esse caminho na minha profissão. Minha mãe queria que eu fosse enfermeira, aff! tenho pavor da área da saúde, nem posso ver sangue. Bom, minha irmã também não quis ser enfermeira, ela é da área de exatas e eu sou da área de humanas.

Fiz pedagogia, depois psicopedagogia e, no próximo ano, pretendo fazer psicologia. Sei lá, Deus é quem sabe de todas as coisas.

3 comentários:

Bruna disse...

Oi Tati,
Adorei o seu texto. Tambem Trabalho com crianças em uma escolinha infantil e por isso esse texto me interessou bastante..
As minhas crianças estão aprendendo agora a ter algum tipo de independencia;Pois em casa,dificilmente os pais ensinam.. Nós ensinamos,adaptamos as regras da escolinha ... porem toda segunda feira é uma tristeza vê que os pais não acompanham o nosso trabalho com eles em casa. As crianças chegam mimadas,querendo só colo,mamadeira na boca,enfim,não são todos, mais é dificil,ate mesmo para o desenvolvimento psicologico das crianças.
Sempre que quizer escrever alguma coisa a respeito,vou adorar,pois só enriquece ainda mais o meu trabalho com as crianças Rs.
Bjo

Karine e Rafinha! disse...

Oi amiga, nem preciso dizer que assino embaixo tudo que vc escreveu né? Serás uma mãe maravilhos quando tiver bebê....bjs..e o Rafa já anda fazendo xixi no peniquinho, mas sentado, tem dicas pra ele entender que é em pé? rss...peço para o Welington levá-lo mais vezes...rsss...bjs

POSL ALINE ROSA disse...

A parte que toca a minha alma é a santificação do dia com as coisas cotidianas...

Tati a vida é assim, cheia de surpresas, histórias de brandura e sofreguidão...

Cabe a nós lançarmos um olhar amoroso ordenando TUDO para o amor...

Quão difícil torna-se a vida sem essa certeza de que não estamos sós...e de que a nossa vida sem o outro é fria, vazia, sem sentido.

A cada pequena vida diante dos olhos uma nova história espera de ti uma contribuição. A cada grande vida diante dos olhos espera de ti um testemunho, uma experiência significativa.

Que neste tempo, as pétalas de bênçãos possam perfumar o seu caminho para que nunca, nunca, nunca se deixe esquecer e levar uma vida sem essa essência que exala do mais profundo coração que foi tocado por Deus.

Saudade...de estar com meu Deus em ti.

A rosa..